quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Super Bock em Stock '09, finalmente...

Day One

Bass-Off













Ouvi o tema de abertura do SBES deste ano - um instrumental do caraças deste trio. Grande som de garagem! Rock n' Noise, com muito power...
O nome diz que não há (guitarra) baixo mas também não me parece haver espaço para tal no som deles... O som estava bem cheio e até as colunas e as paredes da sala vibravam...
Infelizmente as canções não têm a mesma energia que os instrumentias... mas gostei bastante.
Inicialmente tinha pensado em dar só uma espreitadela e depois ir ver os Wild Beasts na sala 1 mas acabei por ficar com os Bass-Off até ao fim... e ainda bem...


Wild Beasts













O som até estava bastante bom.
Mas parece-me que a música deles (mais intimista) não se integra num festival deste género.
Para além das vozes principais nas canções o Hayden e o Tom trocaram também o baixo com a guitarra... uma versatilidade que aprecio...
Quando cheguei a sala estava cheia e acabei por ficar numa zona que tinha mais movimento que um centro comercial na véspera de Natal...


Mikkel Solnado & Gabriel Flies
Quando entrei na sala 2 do São Jorge tive a impressão que os seguranças tinham subido para o palco e que estavam a tocar... porque a banda convidada não tinha aparecido... depois ainda pensei se não seria a malta do "ferro" lá do meu ginásio que se tinha juntado para tocar umas malhas...
Finalmente percebi que era o concerto do Mikkel Solnado e os Gabriel Flies...


Ebony Bones













Apesar de diferente foi a equivalente do ano passado da Santi White... até pelo palco que ocupou...
Pôs o público a dançar de um lado para o outro mas eu tinha de ir ver os Voxtrot...


Voxtrot













Lugar na 2ª fila <=> ouvir o som de palco... como seria de esperar... but I wanted to be there...
A camisola às riscas do Ramesh era um dos ex-libris... :)
Anti-vedeta... antes do concerto começar estava a beber cerveja e a conversar com aquele que me pareceu ser o amigo Pedro Ramos... pareceu...
Tal como disse, ouvi o concerto todo com o som de palco e não ouvi como estava a som "lá fora".
O Ramesh sempre a saltar de um lado para o outro, qual teenager...
Disse que queria viver em Portugal e perguntou se alguém queria casar com ele, homem ou mulher... não interessava... :) Se fosse a contar com as três miudas que estavam na 1ª fila já tinha uma noiva e respectivas damas de honor.
Esqueceu-se da única frase em português que sabia, a sua guitarra ficou sem som, o guitarrista partiu uma corda... mas era como se estivessem a tocar em casa...
Tocaram muito bem a cover de "This is the day" dos The The.
E no final também souberam pôr o público a dançar (no São Jorge).
O melhor dos concertos que vi nessa noite.


Legendary Tigerman













Paulo Furtado, de momento o maior maluco da nossa praça.
Ainda consegui ver os ultimos acordes e versos com a Rita Redshoes.
E ainda deu para o ver fazer voar uma Gretsch de milhares de euros...

O resto...
Não vi mas gostava de ter visto "Os Quais". Vou ter de esperar pela próxima oportunidade... "Não tenham medo de ser ridículos" foi o que se ouviu no LA Caffé...


Day Two

João Só e os Abandonados
As cançoes cantadas em português não me animaram por aí além.

Os Golpes (Altos)













Era um dos concertos do SBES '09 que não queria perder.
Para mim, justificaram plenamente a escolha da organização de os colocar a tocar na sala 1 do São Jorge. Na versão deste ano do SBES, sem o Teatro Maria Vitória, seria difícil colocá-los noutra sala... nevertheless, mostraram-se mais do que à altura do tamanho da sala...
O som estava impecável e a participação das Caixas Furiosas foi bem mais que um (simples) adereço...
As cançoes de "Cruz vermelha sobre fundo branco" correram soltas.
A aproximação da imagem do Manuel "timoneiro" Fúria ao Pedro Ayres Magalhães não parece obra do acaso...


Beach House













Tive de esperar vários minutos até conseguir entrar no Tivoli. Vi as últimas quatro canções e gostei do ambiente criado pela victoria e pelo Alex... no palco e fora dele... o Tivoli estava cheio (não tão cheio como ficou com os Little Joy) e o público, tal como eu, também gostou.


Little Joy













Tivoli a abarrotar (a maior assistência naquela sala nos dois dias do festival)...
A lingua não era uma barreira e o Rodrigo e o Tiago estiveram mais do que à vontade com o público... até houve português com sotaque lusitano...
Na minha opinião a Binki teve o volume do(s) seu(s) microfone(s) sempre demasiado baixo... não percebi porquê...
A abertura do concerto com o Rodrigo a tocar sozinho "Evaporar" foi demais...
Tive de sair antes do final para ir ver o melhor concerto do SBES '09...


Patrick Watson













O melhor concerto a que assisti este ano... O ano começou em grande com os Elysian Fields e acabou ainda melhor com o Patrick...
Só este concerto valeu os 40€... até valeu mais...
Houve várias falhas de som no concerto... huummm...
À segunda falha de som o Patrick pegou no megafone e cantou... os outros acompanharam... um banjo... uma guitarra acústica... umas panelas de esmalte e um tambor... e o público no silêncio completo... ninguém espirrou ou tossiu :)
Depois tocou com a voz e com um mute de borracha o megafone como se fosse um trompete... sem palavras...
Perguntou com toda a naturalidade ao público se podia ir à casa de banho... claro que dissemos que sim! Desde que voltasse... :) deixou a banda a tocar aquilo que seria o intro da canção seguinte.
O baterista Robbie Kuster tirou som de tudo o que eram objectos, desde panelas até um serrote de aço (tocado magistralmente com um arco de violoncelo)... chegou até a tocar a guitarra acústica como se fosse um yang ch'in...
No final valeu tudo... até ver o guitarrista esvaziar um balão para fazer um riff de guitarra.
Musicalmente, "Wooden Arms" é melhor que "Close to Paradise", que é mais orientado à canção. O "Wooden Arms" estava um pouco difícil de "entrar na cabeça", talvez por já não ir estando habituado a tanto experimentalismo e até psicadelismo (que se percebeu bem no concerto), e decidi que devia descobrir o álbum no concerto... a dimensão sonora dele só se percebe bem ao vivo... esta minha abordagem de ir para um concerto sem expectativas sempre resultou... e desta vez melhor que nunca... por incrível que pareça saí de lá a sentir-me uma pessoa diferente, por pouco que seja e não sabendo ainda bem no quê... foi um momento contemplativo...
Mas não faltaram canções como "The Great Escape" e "Luscious Life".
Na última falha de som trouxeram uma mochila para o Patrick que consitia num conjunto de cornetas sonoras (com luzes), um amplificador e respectivas baterias. Sintetizando, aquilo era um "backpack sound system with light effects"... A banda ligou umbilicalmente os instrumentos à mochila do Patrick e subiram até ao meio do São Jorge. Ficaram mesmo à minha frente... e houve outra vez um momento de silêncio total... depois cantámos, primeiro baixinho (almost whispering) e depois aos gritos o refrão "(it) was just me, the fish and the sea" de "Man Under The Sea"... outro momento indescritível...
Final moment (último encore):
Perguntou se queriamos ouvir "To Build A Home" ou uma surpresa. Maioritariamente (e com a sua ajuda) o público escolheu a surpresa... apesar de eu gritar "Both!"... e então cantaram os quatro 'à capela' com a ajuda do loop pedal. Se fosse um concerto em nome próprio tinhamos ouvido também "To Build A Home"... baahhh!!!!
Eu cá não sou de invejas mas quem gosta de música verdadeira, viva, orgânica, com dimensão humana... e por vezes divina... perdeu um daqueles concertos que ficam na memória... :P

P.S. 1 - Como podem adivinhar as várias falhas de som (acho que contei quatro) foram premeditadas... e ainda bem!!!!
P.S. 2 - Já me esquecia, o número de palmas que se ouviram naquela sala durante toda a noite foi mais ou menos o número de liras turcas necessárias para comprar uma Bola de Berlim: milhões milhões e mais milhões... nem vou falar dos uivos e dos assobios...

O resto...
Gostava de ter visto Piano Magic e Kap Bambino mas os concertos foram em simultâneo com outros... e houve que fazer escolhas...

Os melhores concertos:
- Patrick Watson
- Voxtrot
- Os Golpes

3 comentários:

Tangerina disse...

Se isto fosse um filme de certeza que haveria uma cena, algures no dia 1 ou 2, em que eu e a M. nos cruzavamos contigo. Quem sabe na passadeira da Av. da Liberdade, ou qd tu tentavas entrar no tivoli para ver Beach House e nós tentavamos sair. Quem sabe, maybe. Tive muita pena de não ter Patrick Watson mas daí as escolhas, também gostei muito dos Golpes, po ano espero q incluam o coliseu e até pode ser o Hard Rock nas salas de espectáculos e deixem de tentar fazer concertos no Maxime.

RedPill disse...

Yup! Who knows? Até pode ser que haja uma sequela desse filme... lolololol
Não sei, talvez o Coliseu seja grande demais e fique (uns passos) longe demais das outras salas... Na edição do ano passado o Teatro Variedades pareceu-me um bom local. E fui um dos que não conseguiu entrar no Maxime para ver El Perro Del Mar... O Hard Rock é uma excelente ideia, até porque assim aproveito para comer o tão famigerado Brownie com gelado...

Tangerina disse...

Eu também não consegui entrar no Maxime o ano passado pa ver El Perro Del Mar lol Mas vi a Lykke Li no variedades, não sei pq não usaram este ano, ainda mais com o Parque Mayer condenado ao esquecimento...Usavam o autocarro ingles para levar o povo po coliseu, ainda dei uns passos largos para chegar ao marques este ano...